22/12/2012

The Perks of Being a Wallflower (2012)

texto original em Cine31


[spoiler]

Um filme para adolescentes? Um filme sobre adolescentes? Um filme com adolescentes? Sim e Não. The Perks of Being a Wallflower é para, sobre e com adolescentes, mas ultrapassa essa fronteira sem grande esforço. É uma espécie de teen movie indie com sentido educativo e de alerta para tantos jovens e pais.

O dom da invisibilidade é um sonho humano desde os primórdios. Uns procuram-no para se tornarem super heróis, outros para se juntarem às força do mal e outros simplesmente para passarem despercebidos.
É nesta ultima vertente que entra o filme e Charlie, a sua personagem principal. The Perks of Being a Wallflower é uma adaptação do aclamado livro (com o mesmo título) do norte-americano Stephen Chbosky, foi realizado e escrito pelo próprio autor - uma espécie de dois em um. 






A história é narrada pelo emotivo, tímido, solitário e introvertido Charlie (Logan Lerman), que através de cartas, comunica com um amigo (anonimo, imaginário ou não). Charlie tem problemas do foro psicológico, não tem amigos, vive atormentado com a morte de uma tia, o suicídio do melhor amigo e tem como objectivo máximo de vida - ser invisível na escola. 
Rapidamente as coisas tornam um rumo diferente. Charlie faz amigos - o professor de inglês - Mr. Anderson (Paul Rudd) - que além de se tornar seu amigo, o desafia academicamente, Sam (Emma Watson) e o irmão Patrick (Ezra Miller). Através deles, descobre um mundo novo com o qual se identifica - é que afinal, ele não é o único adolescente "diferente". Começa a frequentar festas, beija miúdas, namora, experimenta drogas e álcool. 

Depois de um acidente que envolve o abuso de drogas, Charlie é internado e percebemos que a sua saúde mental piora - as visões e alucinações são uma constante. 
Charlie apaixona-se por Sam, mas "nos entretantos" vê-se envolvido com Mary Elizabeth (Mae Whitman) - começam a namorar, mas o tímido rapaz continua apaixonado por Sam - aquela que considera a rapariga mais bonita de "todas as salas do mundo", mas que namora com um rapaz mais velho e experiente - Craig. O namoro com Elizabeth termina e esse término representa também um afastamento dos restantes amigos. O estado de saúde de Charlie piora com esta distância. 
Patrick tem um relacionamento secreto com Brad - o típico macho quarterback da equipa de futebol (americano) da escola. Um dia, são apanhados pelo pai do jogador. Brad é castigado e punido fisicamente - sendo obrigado a afastar-se de Patrick. 
Já na escola Brad finge não conhecer Patrick e para piorar a situação goza com ele e envergonha-o publicamente chamando-o de "gay". Patrick revolta-se e bate-lhe, sendo espancado em pleno refeitório. Charlie socorre o amigo e sozinho dá uma surra a Brad e aos seus amigos, seguida de uma corajosa ameaça - se tal voltasse a acontecer a Patrick, eles iam ser devidamente punidos. 

Charlie volta a conviver com os seus amigos. Encontra Mary Elizabeth a namorar com um amigo de Craig chamado Peter e Sam acaba com Craig, depois de descobrir que este a traiu 
Numa história paralela - existe a irmã de Charlie - Candace (Nina Dobrev), que namora Derek. Charlie assiste a uma agressão física entre o casal e fica perturbado, relembrando que a falecida tia também sofreu abusos e que se tornou "louca" depois disso. 
A relação entre Charlie e os amigos está,  mais uma vez,  prestes a mudar. Todos vão para a Universidade menos ele. Depois de uma festa, Sam confronta Charlie e pergunta-lhe porque é que este nunca a convidou para sair, ao que ele responde que nunca o fez porque achava que ela não queria e depois de um beijo, passam a noite juntos.



Durante a sua proximidade física com Sam, Charlie é confrontado com uns flashbacks perturbadores da sua relação com a tia. Na intimidade com Sam, ela fez-lhe uma caricia semelhante aquela que a tia lhe costumava fazer - não uma caricia familiar, mas uma caricia sexual. 
Depois de se despedir dos amigos, Charlie vai para casa e as memórias da sua infância e a sua relação com a tia, começam a ficar claras. A sua doença piora, e Charlie telefona à irmã confrontando-a com a pergunta se "era ele o culpado da morte da tia". Candace percebeu que o irmão estava no limite e telefona à policia para evitar que o irmão se suicidasse. 
Charlie é internado e a psicologa depressa percebe que a tia, além de perturbada mentalmente, havia molestado sexualmente Charlie, quanto este era uma criança - o que poderá justificar o estado mental perturbado do adolescente. Permanece no hospital durante algum tempo, com visitas esporádicas dos irmãos e pais. 
Já em casa, recebe a visita de Patrick e Sam que levam Charlie ao túnel, onde praticam uma espécie de ritual que envolve "quase voar" ao som de Heroes do IMENSO David Bowie. No fim do filme, Charlie deixou de ser invisível. 

Não li o livro, mas daquilo que li sobre o livro e sobre o filme, acho que a adaptação é eximia. Sucesso talvez garantido pela importância de ter o autor do livro a realizar o filme. Ezra Miller é um miúdo terrivelmente talentoso. O seu Patrick é uma espécie de mix entre Johnny Depp e Chuck Bass (da série Gossip Girl) - sem grande esforço, constrói uma personagem marcante. Logan Lerman é um Charlie perfeito, delicado, sensível e engraçado. E agora peço desculpa aos fãs, mas Emma Watson continua a ser Hermione Granger. A insistência em fazerem com que a miúda cresça rapidamente e se torne adulta, num corpo e cara de menina - para mim não funciona. O cabelo curto, não ajuda em nada. Uma banda sonora assombrosa, guarda-roupa e cenários fantásticos. 



2 comentários:

  1. Este filme foi uma das grandes surpresas do final de ano cinematográfico. É raro um filme sobre adolescentes parecer tão adulto e sem cair na palermice dos clichés do costume. Infelizmente parece que acabou por passar um bocado ao lado de toda a gente...

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  2. sim... foi erradamente catalogado com "teen"

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