15/04/2013

Side Effects (2013)




Subtítulo:  Mais eficaz que  Xanax, só mesmo a maldade humana.


É quase similar a um orgasmo de intensidade 5 na Escala de Richter, ver Jude Law, Rooney Mara, Catherine Zeta-Jones e Channing Tatum no mesmo filme. Mas, como "super elencos" geralmente não são sinónimo de qualidade, entrei na sala de cinema, com um pé atrás. O meu "medo" foi desnecessário, porque, na verdade correu bem. Bastante bem, até. Argumento bem pensado, com "curvas" narrativas muito bem estruturadas. 
A historia dá voltas quando tem que dar, surpreende quando tem que surpreender, e esclarece quando o deve fazer.

Steven Soderbergh foi arriscado ao centrar a história num dos lobbys mais poderosos do mundo - as farmacêuticas. Mas foi inteligente ao "apontar o dedo" e a desvia-lo estrategicamente, perante aquele que é, o mais temível medicamento do mundo - o ser humano.



Emily (Rooney Marae Martin Taylor (Channing Tatumsão um casal jovem. Bonitos, saudáveis,  com posses e bem sucedidos. Rodeados de luxos e ostentação até ao dia em que perdem tudo. Martin é apanhado em falcatruas financeiras e é condenado a quatro anos de prisão. Emily visita-o regularmente e quando a pena chega ao fim, recebe-o calorosamente. 

Mas, voltar à normalidade não é fácil. Emily entra em depressão e tenta o suicídio. A tentativa é falhada e a rapariga é internada, tornando-se paciente do psiquiatra Jonathan Banks (Jude Law). Emily não quer ser internada e aceita entrar em tratamento, através de medicamentos. Banks receita vários comprimidos, alguns dos quais ainda em fase experimental. A situação clínica da jovem é tão delicada, que Banks resolve procurar o seu historial clínico junto da sua antiga médica Dr. Victoria Siebert (Catherine Zeta-Jones).
Os efeitos secundários dos medicamentos depressa se fazem sentir, vómitos, insónias, perturbações de humor, etc. Numa espiral absolutamente alucinante e decadente, a vida de Emily torna-se insustentável e uma morte acontece. 

Banks é responsabilizado pelo acto, como médico de Emily e responsável pela medicação administrada. E também a vida do psiquiatra sofre problemas pessoais e profissionais. Banks fica obcecado com a situação clínica de Emily e as respostas que vai encontrar na sua busca pela verdade, vão abalar não só a sua "fé" na medicina, mas sobretudo a sua visão e opinião sobre o ser humano. É que na verdade - os medicamentos e os seus efeitos secundários - são os menos culpados de tudo. 












Soderbergh cativa o espectador no "minuto um" do filme. Ao longo do filme, desenvolvemos várias teorias, criamos várias hipóteses, encontramos vários culpados. Está sempre presente a ideia que de a história do filme terá um desfecho surpreendente, mas somos distraídos pela imensidão de pistas e pelos actos de algumas personagens.
No filme são abordados elementos políticos, jurídicos e até deontológicos (no que à relação médico/cliente diz respeito), mas o intrincado mundo da psicologia humana é o actor principal deste argumento. 
Todo o elenco é competente, sendo que Tatum é quem tem menos participação. De Rooney Mara esperava mais expressividade e intensidade, mas não está mal. São as personagens interpretadas por  Zeta-Jones e Law que mais se destacam. É um bom thriller. 




1 comentário:

  1. Exacto, bom filme, que tem as suas falhas, mas que tem acima de tudo os seus méritos. De resto, como bem os referes. Excelente texto.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

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