Traditionally, spring break flicks are teen angst induced romantic comedies. Brain death is the best description. Spring Breakers is a totally new way to do that brain death.
Gary Wolcott
Tri-City Herald
It's the kind of 'experimental' movie hailed as edgy, subversive and transgressive, when in fact it's inept, amateurish and loathsome.
Christopher Tookey
Daily Mail [UK]
Drink, drugs, sex and robbery with minor violence.
Nigel Andrews
Financial Times
It's campy and comic at times, but Korine also gives the film a downbeat, melancholic edge, with voiceovers, pointed repetition of dialogue and images, and hallucinatory camera work, sound and editing.
Dave Calhoun
Time Out
For all its absurdity and voyeurism, Korine brings to it a real authorial style.
Peter Bradshaw
Guardian [UK]
You start the film wondering what the moral take on all this uninventive debauchery is going to be - is it a satire? - but then realise with dismay there is no take on offer at all.
David Sexton
This is London
Sobre Spring Breakers a crítica não é unânime. Mas uma coisa é certa, o filme não é indiferente e não permite “meios-termos” - ou se gosta, ou se odeia. Estou no grupo “dois”.
Pensava eu que Larry Clark era perturbado. Enganei-me. Harmony Korine é estranhamente pior. Será que foi o facto de ter trabalhado com Clark em Kids que o perturbou? É uma hipótese.
O ponto central do filme é a delinquência na adolescência. Temática que une os dois realizadores. Mas a crueldade e frieza que o Clark colocou nos seus filmes é aqui substituída por uma estranha simplicidade, misturada com futilidade, banalidade e crueldade sobretudo na sua abordagem ao sexo feminino.
Não menciono isto por ser mulher e muito menos por questões feministas - as quais não partilho ou defendo. É que a visão em torno na mulher neste filme é incomodativa. Rabos e mamas são um adereço barroco em todo o filme. Há limites e fronteiras entre o sexy e o chocante/óbvio. É que - Mamas e rabos. Rabos e mamas – de minuto a minuto, enjoa. Homens em cuecas, penso ter visto dois.
O mundo sabe - de forma consciente ou até dissimulada que os adolescentes fazem merda. É hormonal. É intrínseco ao crescimento. As experiências, a ânsia de crescer e a postura perante os outros, provocam cadeias infindáveis de disparates. Mas aquilo que Korine mostra, vai além disto. O filme não mostra nada, mas mostra muito. É violento sem o ser de forma manifesta ou óbvia.
Quatro amigas - Faith (Selena Gomez), Candy (Vanessa Hudgens), Brit (Ashley Benson) e Cotty (Rachel Korine). Duas – Candy e Brit são as mais rebeldes, Cotty está na fronteira entre o aproveitável e o polémico e Faith quer ser motherfocker, mas gosta de Jesus Cristo.
As amigas gostam de droga, sexo e têm um estranho fascínio por armas. O objectivo máximo: viagem de finalistas. O problema: não têm dinheiro para ir. A solução encontrada por 3 delas: o roubo de um carro e um assalto. O dinheiro é conseguido e lá vão as hormonas saltitonas para a viagem. Entretanto: mamas e rabos. Rabos e mamas. Drogas e álcool. Álcool e drogas.
As moças chegam ao destino, e adivinhem, mais: mamas e rabos. Rabos e mamas. Drogas e álcool. Álcool e drogas.
Entre festas, praias e piscinas, as quatro são detidas por posse de drogas. Alien, o rapper, dealer, badass – interpretado por James Franco, paga-lhes a fiança. Porquê? Não se percebe bem. As quatro amigas partem com Alien e conhecem o violento mundo em que ele se movimenta. Faith - a tão prometedora Selena Gomez – que é das coisas mais irritantes do filme, pela sua falta de expressão e apatia constante – resolve voltar a casa. As outras ficam. Alien em dois segundos fica apaixonado por todas, e em conjunto enveredam (mais uma vez) pelo crime. Assaltam colegas, brincam com armas.
Pelo meio, cruzam-se com Archie (Gucci Mane) – outro gangster que, de melhor amigo de Alien, passou a ser o seu maior inimigo. E depois de mais mamas e rabos. Rabos e mamas. Drogas e álcool. Álcool e drogas. Cotty leva um tiro no braço. É claro que, como gaja rija que é, tiram-lhe a bala, toma um banho, fuma umas ganzas e fica como nova… Mas, entretanto, meia hora depois da outra, resolve também ela, regressar a casa.
Restam duas a acompanhar Alien - Candy e Brit. Esperem, falta mencionar: mamas e rabos. Rabos e mamas. Drogas e álcool. Álcool e drogas. O plano: vingarem-se de Archie. O resultado: surreal. Não é que morre toda a gente menos as miúdas. E ainda fogem com um carro de alta cilindrada. Como é que tudo isto aconteceu e porquê? Duas boas perguntas, para as quais não tenho respostas. Estarão certamente na mente de Harmony Korine, que se esqueceu de partilhar com o mundo.
Não fui abençoada com o dom de perceber este filme. O argumento é quase nulo. Passa de uma dúvida existencial e simples de quatro adolescentes que estão fartas da sua rotina, para uma vida de delinquência criminal do pior tipo.
Selena Gomez passa de cristã a bandida, num ápice. Convida a avó (por telefone) a voltar ao sítio das farras com ela. Não percebi se a avó também gosta de drogas e sexo em público. Candy e Brit também telefonam aos pais, a dizer que pretendem ser pessoas melhores, mas passado um minuto, matam a sangue frio, montes de pessoas.
Um destaque a James Franco, que apesar de fazer sexo oral a duas armas de fogo, tem piada quando canta Britney Spears, mas perde-a rapidamente. É que ouvir Franco como narrador de minuto a minuto a dizer “Spring Break" era desnecessário, tal como o som constante e de fundo a armas de fogo. A banda sonora tem alguma piada, ou pelo menos, no meio de tanta confusão, foi bem pensada.
Se o objectivo de Korine é chamar a atenção do mundo em torno da vida de risco que muitos adolescentes levam, não correu bem. Em Kids, Elephant, Bully, existe um fio condutor, existe um princípio, meio e fim, existem causas e consequências. Em Spring Breakers, existem causas, mas tirando a prisão – por uma causa menor, perante tudo o que as raparigas fazem – nada acontece, e as quatro saem impunes.
Se o realizador tentou uma abordagem tipo Natural Born Killers, usando uma espécie de hiperviolência com leves toques de humor, não foi feliz. Gosto de filmes polémicos, gosto da temática em causa, gosto de filmes que abordam a vertente sexual da adolescência e o uso de drogas e afins, mas Spring Breakers é infantil, mal interpretado e mal “construído”. Ficamos sem perceber a mensagem/objectivo final do filme, mas uma coisa é certa: pais com filhos(as) adolescentes vão ficar chocados com aquilo que vão ver, mas também podem ficar certos, de que não passa de um filme e que nem todos os jovens são assim.
- A little sun can bring out your dark side -
Ainda estou em processo de "limpeza" à memória de tanta vez que ouvi spring break... forever.
ResponderEliminarPartilho da tua opinião em torno da indefinição de registo e temática do filme. Sem dúvida, está encontrado um dos maiores flops cinematográficos de 2013.
Cumps cinéfilos.
sim... o maior até ao momento. Infelizmente já o previa com as imagens de promoção, posters e trailer. Demasiada necessidade em recorrer ao "quase nu" não me parecia agoiro de algo positivo. Está comprovado
Eliminarkiss kiss
Expressas bem a indignação que este filme provoca, Sofia. É incrível tanto "incentivo" visual resultar num vazio de conteúdo como o que aqui assistimos. E referes bem a questão da mulher que aqui é inferiorizada e puro objecto sexual.
ResponderEliminarCom tanta expectativa em torno de um filme merecíamos algo um pouco melhor, digo eu.
Cumprimentos cinéfilos.
Como mulher este filme conseguiu incomodar-me. Será que com mais roupa, o filme seria mais interessante? Duvido ;)
EliminarObrigado Inês
Beijocas
Concordo com a crítica, que aborda paradigmaticamente a trapalhada que é esta nódoa de filme. O "Spring Breakers" pode ser resumido em "Mamas e rabos. Rabos e mamas. Drogas e álcool. Álcool e drogas" (e uma Selena Gomez irritante). Esperava bem mais do filme.
ResponderEliminarCumprimentos
"Viagem de Finalistas" possui uma dimensão salutarmente pedagógica.
Eliminarla la la la la la ;)