02/08/2013

Opinião | After Earth | M. Night Shyamalan. 2013

Título em Portugal: Depois da Terra
Data de estreia: 11.07.2013 





After Earth foi realizado co-escrito por M. Night Shyamalan, a partir de um argumento escrito por Will Smith.
Depois de um cataclisma, o Planeta Terra tornou-se hostil e inabitável. Os humanos sobreviventes, foram obrigados a abandonar a Terra e passaram a habitar um Planeta denominado Nova Prime. Will Smith é Cypher Raige, um general que depois de uma longa missão, regressa a casa e encontra o filho Kitai Raige (Jaden Smith) um adolescente problemático e confuso com a ausência do pai e com a morte da sua irmã, anos antes.
O regresso a casa é de curta duração, pois o general recebe nova missão. Raige arrisca e resolve levar o filho. A nave onde viajam é apanhada por uma chuva de asteróides e a única hipótese de sobrevivência passa pela aterragem forçada no inabitável Planeta Terra.
À conturbada queda, só sobrevive Cypher, Kitai Raige e um monstro devorador de humanos que estava aprisionado na nave.
Cypher está bastante ferido e a única forma de conseguir sobreviver é tentar conseguir a comunicação com o seu Planeta. Só que para isso, Kitai terá que percorrer um longo caminho – até à cauda da nave – e resgatar o equipamento necessário. Nesse caminho terá dificuldades em respirar, em sobreviver às temperaturas e sobretudo, e passar despercebido ao monstro que está em fuga.
Para Kitai, esta “aventura” será uma jornada que o unirá ao pai e que fará com que vença os seus maiores medos.






After Earth não é tão mau como alguma crítica apontou, mas também não é um estrondo, ou melhor dizendo, uma “obra de autor” como outros querem - por força - vender a ideia.
O filme de Shyamalan é uma metáfora sobre questões ambientais, sobre crescimento e rituais de passagem, sobre a superação de medos, sobre o reconhecimento paternal, sentimentos de culpa. No entanto, tudo isto podia funcionar bem melhor, se a personagem de Kitai Raige tivesse sido entregue a outro actor que não o inexpressivo filho de Will Smith. É inegável que a química entre pai e filho funciona quando estão juntos, mas se tivermos em conta que na maior parte do filme, é a jornada do jovem que centra as atenções do público, essa química desaparece e vemos constantemente e em primeiro plano, Jaden a fazer beicinho.
A expressão e aspecto físico de Jaden não o dotam de capacidades ou aparência de líder e como tal, o filme falha nesse sentido. Will Smith não está mal, mas tendo em conta que passa grande parte do filme em agonia, também não se pode dizer que está bem. Tem um carisma que lhe é nato, e isso dota a personagem de algum interesse, sobretudo quando comparado com o filho.
O realizador conta uma história interessante, usa efeitos especiais bem feitos, recorre a símbolos e significados, metáforas e alegorias. É agradável, equilibrado e muito, mas muito melhor que The Happening. Uma coisa acho louvável na atitude e profissionalismo de Shyamalan – não desiste, apesar da crítica e opinião pública ser, tantas vezes voraz e até cruel para com o seu trabalho.




“Fear is not real. The only place that fear can exist is in our thoughts of the future. It is a product of our imagination, causing us to fear things that do not at present and may not ever exist. That is near insanity. Do not misunderstand me, danger is very real, but fear is a choice.” 
                                                                            Cypher Raige


Nota:


1 comentário:

  1. Afinal os nossos gostos também podem coincidir! Penso exactamente o mesmo: nao tao mau como o pintam (parece ser moda dizer mal do Shyamalan), no entanto tambem nao é um filme que va ficar para a historia! E falha precisamente pela falta de carisma do Jaden! Se o pai tem carisma para dar e para vender, ja o filho ainda nao tem a estaleca para suportar um filme às costas!

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