31/01/2014

Opinião | The Wolf of Wall Street | Martin Scorsese. 2013

Título em Portugal: O Lobo de Wall Street
Data de estreia: 09.01.2014 



"Let me tell you something. There’s no nobility in poverty. I’ve been a poor man, and I’ve been a rich man. And I choose rich every fucking time."
- Jordan Belfort


Nomeado para cinco Óscars, indicado para quatro BAFTA’s e vencedor de um Globo de Ouro, The Wolf of Wall Street é um filme de Martin Scorsese, escrito por Terrence Winter e baseado no livro autobiográfico de Jordan Belford
É o quinto filme a juntar Scorsese e Leonardo DiCaprio e o segundo a unir o realizador e o argumentista (sendo que a primeira vez foi em Boardwalk Empire). 

Tudo começa com Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) um corretor da bolsa da Rothschild em 1987. Mark Hanna ( Matthew McConaughey) o seu chefe, é um homem extrovertido, cheio de vícios e segundo o qual, só com sexo e cocaína é que o sucesso é atingível. Mas, a empresa vai à falência na famosa “Black Monday” (19 de Outubro de 1987) e Belfort vê-se obrigado a ir trabalhar para uma empresa menor. Mas, o jovem é tão bom naquilo que faz, que depressa atinge o sucesso e sonha com mais e melhor. 
A esta nova vida, junta-se um novo amigo - Donnie Azoff (Jonah Hill) – um homem caricato que gosta tanto de dinheiro e de drogas como Belford. 
Os dois, em conjunto com um grupo restrito de amigos criam a Stratton Oakmont – uma empresa de correctores da bolsa, que em pouco tempo conseguem arrecadar tanto dinheiro, que nem sabem onde o gastar. Ao quotidiano louco da Bolsa de Nova Iorque, Belford e os amigos não olham a despesas no que diz respeito a álcool, drogas e mulheres. 
Entre telefonemas e aplicações na Bolsa, festas e orgias decorrem na Oakmont. Estas extravagâncias associadas às enormes quantias de dinheiro que fazem, não passam despercebido à comunicação social, e também não passam ao lado das investigações do FBI. 




Tal como as roupas que Leonardo DiCaprio veste para interpretar Jordan Belfort, The Wolf of Wall Street é um filme bem feito e terrivelmente atractivo. Os cenários, o modo de vida, os (já mencionados) figurinos e até as drogas e álcool usados, fazem com que o espectador viaje no tempo e mergulhe nos anos 80. Sim, há exageros, sim acontecem imprecisões históricas, mas nada disso torna o filme de Scorsese menor. 
Leonardo DiCaprio tem mais um papel da sua vida. Scorcese deu-lhe este filme, recortado e delimitado para a sua genialidade enquanto intérprete. DiCaprio não desilude. Não há um minuto no filme em que esteja mal e em que se note que não se esforçou ou que não se entregou. Cada minuto, cada expressão, cada gesto, cada diálogo atingem a perfeição e exemplificam a entrega total de um actor ao seu papel.
Também Jonah Hill é sublime. Usando sabiamente as suas características físicas, Hill dota Donnie de momentos extraordinários. No entanto, é quando Azoff e Belfort se juntam em tela, que o resultado é orgiástico. Para esta dupla a ganancia é boa, o dinheiro traz felicidade e tudo pode ser comprado. O sonho americano é possível e com ele chegam a estimada alucinação e o querido prazer. 

Mas, o leque de interpretações sublimes não param por aqui. Matthew McConaughey aparece “5 minutos” no filme, no entanto, estes parcos instantes são tão marcantes e tão soberbos, que durante as restantes horas do filme, não o esquecemos. 
Margot Robbie é Naomi Lapaglia, a estonteante e deslumbrante segunda mulher de Belfort. Uma mulher decidida, forte e que vê Belfot para além do dinheiro e dos vícios, mas que depressa percebe que para sobreviver e para garantir o futuro da filha, tem que se afastar do mundo do corrector.  As cenas em que Robbie e DiCaprio partilham diálogos, são deliciosas. Sobretudo as que são dotadas de humor inteligente e usado em dose certa. 
Um destaque para Kyle Chandler como agente do FBI  Patrick Denham, para Rob Reiner como Max Belfort e para o banqueiro suíço Jean Jacques Saurel interpretado por Jean Dujardin

The Wolf of Wall Street é uma festa de três horas. Demasiado longo, mas não menos perfeito por isso. O melhor do melhor: a ausência de mensagens morais, julgamentos ou perfis psicológicos. Conhecemos a vida de um homem ganancioso e sem escrúpulos, mas não o julgamos ou punimos. Colocamos de lado os golpes palacianos e financeiros e damos por nós preocupados e a fazer apostas internas sobre quanto tempo o corpo de Belford aguentará tanto químico ou álcool. Sabemos - desde o minuto 1 do filme - que a queda de Jordan era inevitável, no entanto, cada minuto em que assistimos à sua “decadência”, valem tanto a pena. 



Nota:


3 comentários:

  1. Estou em acordo com a tua crítica. O único defeito é mesmo os minutos a mais, mas não invalida a qualidade da obra. Mais uma grande colaboração Scorsese & DiCaprio.

    Cumps.
    Roberto Simões
    CINEROAD.blogspot.pt

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  2. Partilho da tua opinião. Scorcese e DiCaprio têm na sua quinta colaboração uma das suas melhores, o filme é glamoroso, carismático, electrizante! DiCaprio é absolutamente genial <3 é uma interpretação de uma vida!

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  3. Só não concordo que seja longo demais :) Foram 3 horas que passaram a correr! É fabuloso.

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