05/08/2014

Opinião | Dawn of the Planet of the Apes | Matt Reeves. 2014

Título em Portugal: Planeta dos Macacos: A Revolta
Data de estreia: 17.Julho.2014 




Diz o velho provérbio: “a brincar, a brincar, vai o macaco à banana", mas neste Dawn of the Planet of the Apes, limitar a acção dos primatas à banana é injusto. Dedicam-se mais à caça, à língua gestual e à artilharia pesada.

Grande parte da população mundial estava descrente no que à realização deste remake dizia respeito. Muitas vozes se pronunciaram contra “Rise of the Planet of the Apes” de Rupert Wyatt e destas muitas vozes, algumas viram os seus espíritos de maledicência serem mortos a tiro pela competência do realizador e sobretudo pela apresentação à Sétima Arte de uma das personagens mais marcantes da história da ficção científica (para não dizer do Cinema) – Caeser. O "primeiro" Planeta dos Macacos (de 2011) vingou por ser feito com arte com boa e bem aplicada tecnologia, com cérebro e sobretudo com coração. Nesta segunda parte há menos coração e mais computador.

A sequela Dawn of the Planet of the Apes mudou de realizador - Matt Reeves – mas felizmente manteve Andy Serkis como Caesar. A história desta segunda parte decorre 10 anos depois. Caeser continua a ser o líder dos primatas e a humanidade está reduzida drasticamente devido à propagação de um vírus. Assim, de um lado estão primatas modificados geneticamente e dotados de inteligência superior, do outro, humanos imunes ao vírus mas defraudados de qualidade de vida e prestes a perderem os poucos meios de sobrevivência que têm.

É a eterna história da luta de classes, da sobrevivência do mais forte. É a eterna lengalenga de que existem maus em todo o lado e que até os bons oscilam nos seus valores quando têm que de salvar aqueles que amam. Nada de novo.




















Argumento e falhas do mesmo à parte, é impossível ignorar o facto de que as personagens principais deste filme são criaturas feitas tecnologicamente. O nível da qualidade do CGI apresentado é tão superior que em segundos esquecemos que estamos a olhar para algo que não existe. Os movimentos, o olhar e modos capturados digitalmente e protagonizados por actores como Andy Serkis, Toby Kebbell e Judy Grier (para citar apenas alguns) são dignos de admirar. O trabalho, dedicação dos actores e dos profissionais do departamento de animação é notável.

Dawn of the Planet of the Apes perde-se na humanização extrema dos primatas e sobretudo na militarização dos mesmos. Nas cenas finais protagonizadas por Koba parecia que estávamos a ver uma pior versão dos Expendables, mas com mais pêlo, pulgas e cheiro símio.

Esta sequela é um passo em frente na tecnologia e uso do CGI, mas dois passos para trás no argumento. Se no primeiro filme os efeitos especiais ajudaram a história, aqui, são a história – para o bem e para o mal. 

Permitam-me deixar aqui uma chamada de atenção sobre a campanha de promoção ao filme. Foi brilhante e genial. Bem pensada, bem estruturada e bem divulgada. 




















Nota: 



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