15/05/2013

Um filme, uma mulher. Por Catarina d'Oliveira






FilmeZero Dark Thirty. MulherMaya
(IMDb)

Quando a Sofia me abordou para participar neste desafio, senti três coisas:
Primeiro honrada – porque muito admiro o que faz, não só aqui no blog, como no Cine 31.
Depois entusiasmada – porque sou uma confessada feminista (não daquelas que são equivalentes ao machista típico, que deixa crescer a unha do dedo mindinho e coça as partes íntimas em público, mas daquelas que acredita nas totais potencialidades do universo feminino e que gosta de os celebrar). 
Por fim, com uma certa larica, porque na altura ainda não tinha comido nada e já era quase uma da tarde.

Depois de refletir um pouco, cheguei à conclusão de que queria reproduzir, através da minha escolha, aqueles fabulosos descontos de supermercado do dois em um: por um lado, decidi que queria escolher um retrato de uma mulher contemporânea, por outro, dispus-me a excluir algumas escolhas óbvias, por conta e risco de me estatelar nas escolhas de outras participantes no desafio. 
Portanto, nada de Annie Hall, e nada de Ripley, e nada de Juno, e ainda nada de Lisbeth Salander.
Eventualmente, tudo me pareceu claro numa convergência de razões, emergências e energias, e não poderia escolher de outra maneira.

Resumindo e concluindo, que a estrada já vai longa – porquê a Maya?
Porque como a Annie Hall, a Maya incorpora aquilo que todas as mulheres gostavam de ser.
Porque como a Ripley, a Maya incorpora o espírito guerreiro, badass e sobrevivente.
Porque como a Juno, a Maya quebra estereótipos.
Porque como a Lisbeth, a Maya é ambígua, multidimensional e vulnerável, por baixo da carapaça durona que carrega.
Mas sobretudo, e acima de todas as coisas, porque a Maya está por aí. Com mais ou menos alteração cinematográfica, a Maya existe algures neste mundo para dar esperança e força a todas nós, naqueles dias em que só queremos ficar enfiadas na cama, sem soutien e de roupas largas. 
Porque a Maya não só protagonizou um dos filmes mais importantes dos nossos tempos, como protagonizou a História do mundo, sem precisar ou esperar que lhe apontassem os projetores na ribalta. Porque a Maya foi uma das mulheres capazes de escrever e mudar o curso da História e do Mundo, e fê-lo por si.

Pontos extra: os Ray Ban.




2 comentários:

  1. eheh gosto do tom humorístico da Catarina :)

    Faz todo o sentido focarem-se personagens que são inspiradas em pessoas reais. De resto ela reúne as várias qualidades que já estão focadas no texto, é uma mulher de armas que desempenhou um papel crítico na apreensão do Bin Laden. Gosto particularmente do seu olhar no final do filme.

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  2. Boa escolha :)

    Cumprimentos,
    Rafael Santos
    Memento mori

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