Título em Portugal: O Jogo da Imitação
Data de estreia: 15.01.2015
“Are you paying attention? Good. If you’re not listening carefully, you will miss things. Important things. I will not pause, I will not repeat myself, and you will not interrupt me. You think that because you’re sitting where you are and I am sitting where I am, that you are in control of what is about to happen. You are mistaken. I am in control. Because I know things that you do not know. What I need from you now is a commitment. You will listen closely and you will not judge me until I am finished. If you cannot commit to this, then please leave the room. But if you choose to stay, remember that you chose to be here. What happens from this moment forward is not my responsibility. It’s yours. Pay attention.”
The Imitation Game utiliza de forma exímia as regras simples e especificas de uma biografia competente: conta a vida de uma pessoa concentrando-se no período histórico em que esta viveu. Não se contenta com a mera repetição dos acontecimentos e compromete-se a mostrar o ser humano que lhe serve de inspiração, removendo a poeira da História e colocando ao descoberto uma injustiça verídica. Mesmo com o pedido de desculpa público e formal de Gordon Brown (primeiro-ministro do governo britânico) no ano de 2009 e de em 2012 ter recebido a Prerrogativa Real de Perdão pela Rainha Isabel II, era essencial que o restante mundo pudesse ver a importância de um homem especial, que por ser diferente da normalidade vigente foi punido fisicamente e prejudicado de tal forma que acabou com a própria vida.
O filme de Morten Tyldum aborda a vida de um homem a quem o Mundo tanto deve e que não o respeitou enquanto ser humano. The Imitation Game retrata Alan Turing, cujo papel vital de decifrar o código Enigma durante a Segunda Guerra Mundial – que permitiu aos aliados antever os golpes militares da Alemanha – não impediu o crime injusto que o Governo inglês perpetuou contra si, pela sua homossexualidade.
Contar a história do génio matemático que salvou 14 milhões de pessoas ao decifrar um código e que recebeu como agradecimento uma castração química, não teria sido igual se não tivesse como protagonista do filme um homem de rosto estranho e de voz única - Benedict Cumberbatch. O actor tem o carisma de um intérprete que reflecte através do olhar a sensibilidade da figura que interpreta, que mostra a fragilidade, a arrogância, a timidez, a frustração, a solidão e o nervosismo de Alan Turing.
O restante elenco é igualmente competente. Keira Knightley interpreta o papel de uma mulher demasiado inteligente para a época, dividida entre o seu papel de filha única e a ambição pessoal e profissional. A Elizabeth Bennet de Knightley é graciosa e cheia de vivacidade, é um complemento importante no papel de Benedict Cumberbatch, pelo companheirismo e cumplicidade que tão bem exprime. Matthew Goode, Rory Kinnear, Allen Leech, Charles Dance e Mark Strong são determinantes no apoio à história e personagem principal. Uma palavra de apreço a Alex Lawther que interpreta Alan Turing jovem. Uma interpretação extraordinária e determinante para compreender o matemático adulto.
Embora o classicismo do registo da história não permita grande espaço para a divagação e experimentação por parte do realizador, porque para contar uma história deste nível é necessário um trabalho contido e controlado, The Imitation Game é fascinante na sua maneira própria de ser. É um filme feito com coração, iluminado por uma excelente interpretação e orgulhosamente ciente da oportunidade de estar a prestar justiça. Um filme que merecia mais respeito pela crítica e sobretudo pelas entidades que distribuem nomeações e prémios de Cinema.
Nota:
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