Data de estreia: 12.02.2015
Subtítulo: um filme para mulheres que adoravam ser chicoteadas
Sexo. Toda a gente gosta.
Sexo. Vende.
Porque é que o livro de E.L. James vendeu? Porque tem sexo.
Porque é que o filme vai dar receita? Porque toda a gente acha que vai ver sexo.
Pois bem caros leitores o filme tem mamas, tem rabos e chicotes mas sexo, não vi.
Vibradores? Nem sombra.
Fifty Shades of Grey padece do maior mal que uma adaptação cinematográfica pode ter - não arrisca. Não põe em imagens aquilo que o livro tem em palavras. Falta-lhe a vaselina para lubrificar as mentes do espectador. Tudo aquilo que prometia e fazia prever, não é cumprido. Não aventura mostrar as competentes quecas que o Sr Grey (Jamie Dornan) e a menina Anastasia (Dakota Johnson) dão nos livros.
Os diálogos são sofríveis e até a interessante banda sonora tira qualquer rasgo de tesão ao espectador. A um olhar mais atento não vai passar despercebido o facto de que Jamie Dornan e Dakota Johnson são competentes com o pouco que lhes pediam, mas mesmo assim não conseguem salvar o mau filme de Sam Taylor-Johnson.
Jamie Dornan não precisa justificar a sua apetência como actor. Quem segue The Fall e conhece Paul Spector sabe do que é capaz. Dornan é o melhor do filme. É sexy, sombrio, interessante. Aquela pronuncia e tique no lábio quando ri, tira o fôlego a qualquer uma/um. Tudo o que o rodeia está bem pensado: o guarda-roupa, os acessórios, os carros, o luxo da decoração da casa e escritório. Mas para a “estreante” Dakota Johnson, o filme não permite grandes manobras. Johnson é simpática, tímida, bonita e fiel à Anastasia Steele do livro, no entanto, nem a nudez total e bela, a salva no meio de um argumento tão oco com o deste filme.
Se Fifty Shades of Grey pretendia estar catalogado como "erótico", não consegue. Wild Orchid/Orquídea Selvagem e Nine 1/2 Weeks / Nove Semanas e Meia (por exemplo) foram filmes eróticos, sensuais e muito polémicos para a altura em que foram lançados. Tanto, que ainda hoje são lembrados por serem isso mesmo. E é aqui que reside o grande problema das “Sombras”. É que se pretendia ousar e mostrar um filme sensual e soft bondage, não conseguiu. De todo.
O outro grande problema deste filme são os cortes. Visíveis e gritantes para todos os espectadores - para quem leu o livro e até para quem não leu. Há cortes em tudo, na cronologia, nos diálogos e até os vibradores foram exterminados.
Resumindo: há “filmes” melhores e mais inspiradores no YouPorn. No entanto, se Jamie Dornan me aparecesse à frente em tronco nu, com o deslumbrante Omega no pulso, calças de ganga rotas com cintura descaída e me quisesse chicotear, não me opunha. Nem que isso implicasse andar a Ben-u-ron de 1 gr durante uma semana.
Nota:
Epah...gostei imenso da tua crítica e da originalidade das expressões por aí "enfiadas". O trailer não me convenceu, nem tão pouco toda esta euforia em torno do filme. Obrigada pela tua crítica!
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