Nota: não sou expert no que ao universo Star Trek diz respeito. Não sei o nome dos personagens, nem as suas árvores genealógicas, não sei o nome das naves nem dos planetas nem muito menos dos povos que os habitam.
Nota da nota: felizmente para Star Trek Into Darkness... este conhecimento prévio não é requisito obrigatório.
O filme foi realizado por J.J. Abrams e escrito por Roberto Orci, Alex Kurtzman e Damon Lindelof. Eis a sinopse (e volto a repetir, sou leiga na matéria).
A tripulação da USS Enterprise regressa a casa depois de uma missão arriscada que envolve um vulcão, uma espécie de civilização pré-histórica e um estacionar da nave debaixo de água.
No regresso ao Planeta Terra e depois de uma penalização disciplinar a Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto), ocorrem estranhos acontecimentos. Uma explosão seguida de uma tentativa de assassinato de alguns dos membros mais graduados da Federação dos Planetas Unidos. Por detrás deste ataque está um único homem - John Harrison / Khan Noonien Singh (Benedict Cumberbatch), uma espécie de "super-homem" alterado geneticamente que tem como objectivo máximo aniquilar aqueles que destruíram o seu mundo e que tentaram dizimar os seus semelhantes.
O Capitão James T. Kirk e restante tripulação recebem a missão de captura de Khan e assim, a USS Enterprise parte numa caça ao homem. Kirk, depois de ter visto morrer aquele que sempre acreditou nele - o Capitão Pike (Bruce Greenwood), encara esta missão como algo pessoal.
A bordo da nave vão 72 bombas, cedidas pelo Almirante Marcus (Peter Weller) com o propósito final de serem usadas para abater Khan. Mas, afinal não são simples bombas. As bombas são cápsulas que contêm os "super-humanos" semelhantes a Khan congelados.
Estas bombas causam o despedimento de Scotty (Simon Pegg) e o aparecimento de Carol (Alice Eve). Os acontecimentos desenvolvem-se e depois de um confronto no planeta Kronos com os Klingon, Khan salva Kirk, Spock e Uhura (Zoe Saldana) e é feito prisioneiro.
Mas, a prisão de Kahn vai suscitar mais dúvidas do que soluções. Apesar da loucura e motivação pouco correcta de Khan, a tripulação da Enterprise percebe que dentro da própria Federação está um inimigo quase mais perigoso que Khan. Entre quilos de efeitos especiais, de explosões, de momentos que desafiam qualquer lei da gravidade, há tempo para lidar com problemas existenciais, amizades eternas e intimas, amores mal resolvidos, questões parentais, sofrimento e traições, problemas radioactivos, morte e ressurreição.
É verdade que, mais uma história de amor recheada de problemas existenciais, nunca é demais para o cinema. Mas é isto que Star Trek devia ser? Não me parece. Então e a exploração e catalogação do Universo? Não há. É mencionada no inicio e no fim do filme, ficando no ar para ser usada num próximo episódio - tendo em conta a missão que é dada à nave e tripulação.
Chris Pine não está propriamente mal como Capitão Kirk. Os olhos azuis não permitem tal negatividade, mas também não está inteiramente bem. Nas cenas em que deve estar sério, não se leva a sério, quando brinca, é palhaço e quando está irritado parece uma criança a fazer birras. Zachary Quinto é mais feliz como Spock, talvez pelo registo mais linear que a personagem exige. É claro que ambas as personagens estão demasiado coladas àqueles que as interpretaram durante anos e que não são possíveis de igualar - William Shatner e Leonard Nimoy, dois actores que fazem parte da mitologia Star Trek.
A maior decepção é Peter Weller como almirante Marcus. Demasiado teatral e bronzeado. Karl Urban com potencial para fazer melhor como Bones (como teve no primeiro) e Scotty (Simon Pegg) tem um papel decisivo na história, mas merecia mais destaque. A Uhura de Zoe Saldana parece esquecer-se da sua missão profissional, para estar em arrufos com o namorado.
A estrela do filme é sem dúvida alguma Benedict Cumberbatche. A voz, a figura, a presença, a atitude conseguem ofuscar o restante elenco. Os momentos em que mostra humanidade seguidos de uma crueldade imensa são os melhores momentos do filme.
Vou ousar e escrever que, para mim, Star Trek Into Darkness foi um mix de Die Hard com Sex and the City em versão gay. O lema: "audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve", ficou perdido algures no universo. E depois disto, temo J.J. Abrams à frente de Star Wars.
Nota:
Eu gostei imenso do primeiro filme e sou fã do Cumberbatch no Sherlock. Também gostei do desempenho dele neste filme. Dito isto, acho que há falhas no enredo que dificilmente se salvam com as boas prestações do elenco. Porque é que temos uma repetição das histórias "Kirk aprende a ser responsável" e "Spock aprende a lidar com emoções" que já foram abordadas no primeiro filme? Porque é que foram buscar o Khan, um vilão icónico da série, sem desenvolver a história dele, sendo certo que o enredo funcionava na mesma se ele não se chamasse Khan?
ResponderEliminarEu já fui fervorosamente fã de Star Wars (ainda adoro os filmes originais) mas para mim, desde a "prequel trilogy" em diante que a Lucasfilm arruinou a saga com tanto filme e boneco e banda desenhada e lego, transformaram Star Wars numa desculpa para vender brinquedos a miúdos. Portanto já nem receio o JJ em Star Wars, porque dificilmente ele conseguirá estragar aquilo mais estragado do que já está!