Filme: Johnny Guitar. Mulher: Vienna
(IMDb)
Um dos melhores filmes de Nicholas Ray, o western freudiano Johnny Guitar (1954) é um filme incrível, que não é fácil ao ser visto pela primeira vez.
Interpretado por Joan Crawford no seu melhor, vestida de preto, ela é Viena, a patroa de um saloon, que apoia o caminho de ferro que vai atravessar a cidade, embora a maioria dos seus clientes, criadores de gado, se oponham a ela. Os criadores de gado são liderados por outra mulher, a instável Emma Small (Mercedes McCambridge), uma vilã tão estranhamente dura e irritada que nos faz apertar os pulsos.
Johnny Guitar é, por vezes, chamado de um western "freudiano", pelas suas motivações sexuais, e pertence a um subgénero fascinante de filmes com fortes matriarcas: Marlene Dietrich em "Rancho Notorious" (1952), de Fritz Lang, e Barbara Stanwyck em "Forty Guns", de Samuel Fuller (1957). Outros dois belos filmes que ficariam bem nesta rubrica da Sofia, e espero sinceramente que alguém se tenha lembrado deles.
Viena é acção pura, e apesar do filme ter o nome de Johnny, na realidade pertence às mulheres - a Vienna, e a Emma. Crawford está sensacional como Viena, uma mulher apaixonada que tem um pequeno império em mente para a cidade desolada. Quando Emma consegue o que quer, não consegue deixar de sorrir, o sorriso da maldade, mas um sorriso alegre, femininamente pulando, como se ela estimulasse os seus seguidores para a morte e destruição. Ray fez dela um monstro, um demónio de preto.
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