18/08/2013

Opinião | Prometheus | Ridley Scott. 2012

Título em Portugal: Prometheus
Data de estreia: 07.06.2012 2012





Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) são um casal de arqueólogos que encontram a mesma "pintura rupestre" em várias cavernas da Terra. Com estas descobertas, os dois investigadores desenvolvem a teoria que a pintura é nada mais nada menos, do que um mapa para a revelação da origem da vida. 
De forma a encontrarem investimento para comprovarem a sua teoria, recorrem ao milionário Peter Weyland (Guy Pearce) que aceita e paga a expedição interplanetária  Desta forma, Elizabeth e Charlie entram na tripulação da nave Prometheus, composta pelo robot David (Michael Fassbender), a responsável Meredith Vickers (Charlize Theron) e o capitão Janek (Idris Elba), entre outros. 
Para efectuarem a viagem exploratória, toda a tripulação, com excepção de David, hibernam num sono criogénico até que a nave chegue ao destino final. A chegada acontece no ano de 2093. 
A tripulação encontra vestígios de uma civilização avançada e encontra de facto, dados sobre a origem da humanidade, mas às respostas que encontram, mais são as perguntas que os atormentam e aquilo que deu origem à vida humana vai revelar-se uma ameaça para a extinção da espécie humana. 









Prometheus, realizado por Ridley Scott e escrito por John Spaihts e Damon Lindelof, foi desenvolvido para ser a prequela de Alien, mas, parece que Scott pretendeu separar as águas entre os filmes, isto, apesar de Prometheus explorar a criação da famosa criatura Space Jockey e do desenvolvimento do seu ADN. 
O roteiro foi inspirado na obra The Chariots Of The Gods? de Erich von Däniken * e em At the Mountains of Madness de H.P Lovecraft - dois conceituados livros de ficção cientifica. Também o titã da mitologia grega - Prometeu foi inspiração. Prometeus roubou o fogo a Zeus e foi severamente punido, mitologia que serve de metáfora à história do filme. 
Mas, esta referencia à mitologia clássica só serve mesmo como metáfora, porque de inspiração, de pouco serviu. Tudo aquilo que os efeitos especiais, fotografia, guarda-roupa conseguem de bom, é destruído pelo argumento. O filme é confuso e sobretudo mal explicado. 
Este é aquele tipo de filme, em que durante a apresentação dos personagens aos espectadores, começamos logo a fazer apostas sobre quais vão ser os primeiros a morrer. A ameaça abstracta que paira ar, passa a real num ápice, sem que se perceba muito bem como. A lógica ficou na gaveta dos argumentistas. 
O filme é povoado por cientistas que não se comportam como cientistas, e que retiram capacetes em território desconhecido sem medo de contaminação e por arqueólogos dotados de um conhecimento médico de excelência. 
São levantadas questões cientificas e ate filosóficas  mas não são explicadas. A cena em que assistimos ao suicídio do  Engenheiro é tão mal explicada que ate irrita. Nunca fui grande aluna a Ciências  mas não percebi esta cena. Se aquele momento é a origem da espécie humana, o ADN viajou de nave espacial até ao Planeta Terra? Ou foi por telepatia? 
Apesar de não ser totalmente mau, sobretudo pela arte envolvida, infantil é a palavra que me ocorre para descrever de forma geral Prometheus. Até o elenco parece reflectir esta característica  Charlize Theron é básica, Guy Pearce pouco aproveitado, Michael Fassbender é um robot extraordinário  mas entregue ao seu próprio talento num argumento pobre, tal como Idris Elba - poderoso e expressivo, mas com pouco texto para brilhar mais. 
Não sei se Ridley Scott viu Prometheus, mas a possibilidade de existir uma sequela, faz-me crer que não. 

Nota:




* Segundo os fãs acérrimos e por vezes - pouco democráticos - do filme em causa, o livro Eram os Deuses Astronautas? não é ficção cientifica, mas sim - segundo o google, um livro de Ufologia. O que para mim, infelizmente, é quase o mesmo. Mea culpa. 

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